Peregrinação
- Renato Malva
- 3 de mai.
- 1 min de leitura

Em um mundo cada vez mais acelerado, a peregrinação ressurge como um chamado silencioso à escuta, à presença e à reconexão com o essencial. Mais do que uma simples caminhada, peregrinar é mergulhar em si mesmo, passo a passo, na companhia da natureza, do silêncio e da própria história.
O Caminho do Mosteiro, que vai de Piracicaba até Torrinhas, é um desses trajetos especiais. São cinco dias de travessia, não apenas por trilhas, estradas e campos, mas também por dentro de nós mesmos. É uma jornada que une espiritualidade, contemplação e autoconhecimento. Cada amanhecer no caminho é convite à escuta profunda; cada passo, uma oportunidade de deixar para trás pesos desnecessários.
Não é preciso seguir uma religião específica para peregrinar. O que se pede é abertura. Abertura ao outro, à paisagem, à simplicidade, à presença real no aqui e agora. Ao longo do Caminho do Mosteiro, os peregrinos encontram não apenas cenários de beleza natural, mas também momentos de silêncio partilhado, rodas de conversa, escuta ativa e pausas que curam.
Em tempos em que tudo é urgência, escolher caminhar devagar é um ato de coragem. Uma forma de lembrar o corpo de que ele pode confiar no tempo, no ritmo e no mistério da estrada. E quando se chega ao destino — ou melhor, quando o destino chega a nós — o que se encontra não é uma linha de chegada, mas um novo ponto de partida.
A peregrinação transforma porque nos esvazia da pressa e nos enche de sentido. O Caminho do Mosteiro é, acima de tudo, um convite: "Venha caminhar para dentro de si."


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